Home
Sobre
Equipe
Email
Edições

  2011 REVISTA ORGULHO  -  Orgulho

 
Quatro dias de cor
De 1° a 4 de dezembro, o Festival Sansex promete trazer para Santos o universo gay
Por Mariana Serra
Pregar o fim do preconceito é uma meta ambiciosa e impossível de ser efetivada, mas o primeiro passo sempre abre portas para novas empreitadas. Enquanto se debate sobre o universo LGBTT mundo afora, a Baixada Santista entrará para o calendário gay e terá pela primeira vez um evento totalmente colorido. De 1° a 4 de dezembro, o Sansex — Festival de Cinema e Cultura da Diversidade de Santos promete mostrar ao público o que ocorre nesse segmento.


A ideia surgiu a partir da Mostra Especial Curta Cris, uma categoria dentro do Curta Santos, e que este chegou à terceira edição com curtas de temática gay. “O público e a organização do evento tinham vontade de falar mais sobre a diversidade sexual. Só homenagear alguém e passar alguns filmes era muito pouco perto da dimensão do assunto que estávamos abordando. A ideia era aumentar essa mostrar e tirá-la do Curta Santos, fazendo algo paralelo”, explica o organizador do SanSex, Ricardo Vasconcellos.


Mas nem só de bafo vive o festival. O Sansex promete unir a alegria a assuntos polêmicos, com debates sobre o casamento gay, adoção e família. Voltado principalmente para o público LGBTT acima de 18 anos, a organização espera ter uma mistura de momentos de reflexão e de muita diversão. “Existe seriedade na realização de um evento assim, de colocar a diversidade como protagonista. Há várias formas de abordar o tema. Vamos misturar todas para que o público conheça esse universo”, diz Vasconcellos.


PROGRAMA


A agenda completa do festival ainda não foi definida, mas o público já pode conferir algumas atrações do Sansex. A abertura será em 1° de dezembro, no Teatro Guarany. A cerimônia contará com a presença de um mestre de cerimônia que chame a atenção do público, além de personalidades do gênero e a exibição de dois filmes. Para completar a noite, os participantes poderão se deliciar em um lounge e em seguida, fechar o dia em uma casa noturna.


Nos dias 2, 3 e 4, haverá programação recheada de atividades. Paralelamente a uma exposição, os interessados poderão participar de uma oficina audiovisual na Unimonte, que irá produzir um curta-metragem com a temática gay. Uma mesa-redonda, ainda sem dia definido, tratará sobre o tem “cidades sem homofobia”, reforçando a importância de conscientizar a população sobre o universo gay. No encerramento, o participante poderá conferir o curta-metragem realizado durante três dias na oficina e o filme Elvis & Madona, elogiado nacional e internacionalmente, mas que ainda não foi exibido na Baixada Santista.


“Esperamos contribuir para que o público possa dialogar melhor sobre essa temática. Vamos ver o que a sociedade vai falar após o festival. No entanto, não acho que depois do SanSex tudo vai mudar em relação à mentalidade das pessoas, mas mostraremos expressões culturais sobre a diversidade sexual”, diz Ricardo Vasconcellos. Para descontrair, todas as noites prometem baladas voltadas ao público gay.


1° DE DEZEMBRO


A escolha da data de abertura do SanSex não foi aleatória. Estabelecido em 1988 pela Organização das Nações Unidas, o dia 1° de dezembro é o Dia Mundial de Prevenção contra a AIDS. No passado, os homossexuais eram considerados os principais transmissores da doença e, para mudar essa visão, Vasconcellos escolheu a data para dar o pontapé inicial no evento.


“Hoje podemos verificar que os integrantes do LGBTT estão se cuidando mais e a nossa ideia é mostrar como esse grupo está alerto para as questões de saúde”, conta.


ELVIS & MADONA


Elogiado pela crítica, o longa-metragem “Elvis & Madona” não pôde ser apreciado nas telas dos cinemas santistas. Para trazer essa história de amor ao público da cidade, o filme de Marcelo Laffitte fechará com chave de ouro o SanSex.


“Elvis &Madona” conta a história de Madona Igor Cotrim, uma travesti que ganha a vida como cabeleireira no Salão Divas, em Copacabana. Após anos tentando realizar um show em homenagem ao Teatro Rebolado, o amante e marginal João Tripé Sérgio Bezerra rouba todo o dinheiro destinado para o evento. Enquanto procura uma solução para a perda do investimento, Madona conhece Elvis Simone Spoladore, entregadora de pizza e fotógrafa. Elvis e Madona se apaixonam e vivem uma história de amor pelo bairro mais cosmopolita do Rio de Janeiro, enfrentando todas as dificuldades da família tradicional da funcionária do Muzarella & Cia. M.S.