|
Home
Sobre
Equipe
Email
Edições
|
|
2011 REVISTA ORGULHO - Orgulho
|
Arma Secreta
|
 |
Vandeco é a chave do sucesso das baladas GLBT da Baixada Santista |
 |
Por Isabella Paschoal |
|
 |
The Club, a maior casa noturna GLBT da América Latina, foi inaugurada em 1996, em Campinas. Em setembro de 2004, a balada chegou à Baixada Santista, mais exatamente em São Vicente, na Ilha Porchat, no Itararé.
Fundada em Santos, a Tribal Club foi inaugurada em 2009. Com capacidade para mil pessoas, a casa vem conquistando os santistas, homo e heterossexuais, com a intenção de trazer concorrência para a tradicional The Club. A casa fica na Rua Júlio de Mesquita, 165, Centro.
Por ter sido a única durante bastante tempo, a The Club sempre esteve com a casa cheia todos os fins de semana. Depois que inaugurou a Tribal, a pioneira das noites GLS acabou por perder seus clientes. Mas, de umas semanas para cá o sucesso da The Club Litoral ressurge como um passe de mágica. Casa lotada, pista fervendo. Ninguém poderia imaginar, mas essa mágica tem nome e sobrenome. Vanderlei de Mattos, o Vandeco.
Ele começou sua carreira na área do entretenimento há mais de 24 anos, frequentando e divulgando algumas festas e eventos pequenos, mostrando a todos que a noite GLS é uma noite séria, que pode agradar também a heterossexuais. Com 44 anos de idade, a resposta que ele dá de imediato quando questionado sobre a opção sexual é: “Sou gay desde que nasci e nunca tive problemas com a minha família”.
Seu primeiro emprego como gerente foi na Tribal Club. “Eu me consagrei na noite GLS santista com muito trabalho, reconhecimento do público e com as oportunidades que tive na Tribal, como aprender a lidar com os clientes e conhecê-los”, conta.
O gerente de uma casa noturna tem como função cuidar da imagem da casa, escolher a programação, decoração, no caso de festas temáticas, realizar promoções e divulgá-la: “É pelo gerente que o público gosta ou deixa de gostar da casa. Ele é a ‘cara’ do ambiente, como se fosse o convite. Se ele fizer um bom trabalho, as pessoas vão reconhecer e vão querer freqüenta-la”, explica. Para exemplificar ainda mais, ele conta que a relação gerente — casa funciona como um casal de namorados: Quando ambos não se entendem mais, é necessário terminar o relacionamento e cada um seguir com a sua vida.
Vanderlei acha que ter mudado para a concorrente não foi antiético, pois não prejudicou a imagem da antiga casa: “Sai da Tribal porque tive uma oportunidade melhor. Eu queria novos desafios, eu vivo disso”. Ele aceitou o desafio da The Club Litoral e hoje, como relações públicas, tem a missão de resgatar a confiança do público e fazer o sucesso da balada. Para ajudá-lo, ele conta com toda a estrutura e a experiência de 25 anos na área GLS do proprietário: “Tenho muito mais oportunidade de crescer e aprender aqui”.
Quando questionado sobre os motivos pelos quais aceitou o convite, revela com os olhos brilhando que sempre sonhou o dia em que conseguiria subir a Ilha Porchat para trabalhar na The Club. Também escolheu a casa pela carta-branca que teve para criar novos projetos e programações, acreditando que esses serão os grandes trunfos que trarão a volta do público.
Vandeco acha que a The Club, mesmo com toda sua tradição, sofre com a falta de divulgação. “Todos conhecem o nome, mas nunca ouviram falar das festas”, conta. Após sua chegada, a casa tem lotado nos fins de semana. Um dos meios que ele encontrou para realizar a divulgação foi através das redes sociais, mas ainda acha que os panfletos, conhecidos como flyers, são indispensáveis. “É como um casamento. A divulgação impressa é a mulher e as redes sociais o homem, pois atualmente tem maior impacto e retorno imediato dos clientes”.
A opinião de Vanderlei sobre os gays é de um público que gasta e consome muito e aposta na diversão de qualidade. “É uma classe extremamente culta, como a maioria das pessoas não imaginam. São muito exigentes, mais que os heterossexuais”.
Como tem experiência nas noites paulistanas, ele afirma que os santistas são bem mais receptivos, mais soltos e se manifestam mais. “Acredito que seja por causa da praia”, diz. Ele alega que os gays de São Paulo são mais elitizados e estão ligados às casas da moda: “As que no momento estão bombando e nem sempre são as de melhor qualidade e melhor programação.”
Vanderlei revela que não deixaria a The Club e que seu maior desafio é se sentir realizado onde está. Como ele se sente “perdido” quando não tem a liberdade de criar, afirma que esse seria o único motivo que deixaria a casa. “Mas se as coisas continuarem a fluir desse jeito, não nego que poderei alçar voos mais altos”, conta.
|
|
|
|
|
|