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2011 REVISTA VENTURA - Ventura
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No acampamento ‘selvagem’
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Uma prática quase extinta: acampar! |
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Por Carlos Norberto de Souza |
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No livro Na Natureza Selvagem, o jornalista Jon Krakauer refaz a trajetória real do jovem idealista Christopher McLandess, que abandonou o conforto de uma existência materialista e um futuro brilhante, para, sozinho e sem dinheiro, e sem revelar à família seu paradeiro, viajar pelos Estados Unidos dos aventureiros, rumo ao Alasca, onde pretendia passar o resto de seus dias vivendo da terra, da natureza. Sua inspiração principal era o escritor Jack London. Seus planos, porém, foram interrompidos pelo frio e pela inanição. Claro que, se você deseja uma aventura ou simplesmente se divertir, este é um péssimo exemplo a ser seguido.
Existem diversas paisagens em que é possível montar sua barraca e estender o saco de dormir: praia, mata, fazenda, serra, e quantas mais a natureza produzir. E dois tipos de camping em inglês, acampamento: o organizado e o selvagem. Nesse tipo há maior comodidade, pois é oferecido toda a infraestrutura: desde banheiros-químicos e energia elétrica até vigilância. É uma boa pedida para os campistas inexperientes.
Mas se você gosta de se isolar, de ficar em contato com a natureza, é preciso não emporcalhar o meio ambiente — carregar sempre sacolas para recolher o lixo produzido. Segundo o soldado da 1ª Companhia da Polícia Militar Ambiental, João da Silva, quem é surpreendido jogando lixo pode ser apenas advertido ou multado. Além do mais, cortar árvores em área de preservação permanente é crime ambiental. A pena varia de um a três anos de prisão, ou multa, ou ambas.
Por causa da grande área de abrangência, as ações da Polícia Ambiental para inibir agressões ao meio ambiente dependem das denúncias dos cidadãos. Santos, Cubatão, São Vicente, Praia Grande, Guarujá e Bertioga e cidades do Litoral Sul, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe e Pedro de Toledo pertencem à zona de fiscalização da 1ª Companhia do 3º Batalhão da Polícia Militar Ambiental, sediada no Guarujá.
Ao acender fogueira, é necessário tomar cuidado com fagulhas para não incendiar a mata. Deve montá-la em um local sem vegetação seca em volta, porque pode alastrar o fogo. De preferência, cercada de pedras ou num buraco no chão. Causar incêndio em mata ou floresta é crime sujeito à pena de dois a quatro anos de cadeia. E, seguindo o bom-senso, não a acenda ao lado da barraca — por motivos óbvios!
Por questão de praticidade, alimentos enlatados e de preparo instantâneo são ideais para matar a fome de maneira fácil e rápida. Já em caso de expedição por vários dias, é melhor a comida desidratada. Não podemos esquecer de água para consumo, pois desidratada é a comida, não você. E, antes de acampar, faça um reconhecimento do lugar onde armará a barraca. Pergunte a alguém que conheça o local — não deixe de levar repelente para mosquitos.
De acordo com o blog Turismo Consciente na Costa da Mata Atlântica http://www.blogcaicara.com/, o terreno deve ser plano, regular e elevado para, em caso de chuva, escapar de alagamentos. E também permeável que absorva a água, como gramado e areia, porque a terra tende a absorver menos a água, “além de sujar mais a barraca” .Ao fazer camping na praia, deve-se ficar abrigado do vento e da maré. Outra dica do blog é: não deixar restos de alimentos ao redor da barraca, pois atraem animais, e você acaba transgredindo a regra de não jogar lixo no ambiente.
O funcionário público, Guilherme Antunes, de 27 anos, costumava acampar com mais frequência desde os tempos de colégio. Sempre pelas bandas do Litoral Norte, alcançando a divisa do Rio de Janeiro. “Ilhabela, Praia de Castelhanos, Paúba e Trindade”, cita alguns lugares. “A gente conhece muita gente diferente, com outras experiências e outras bagagens de vida. Troca muita ideia e compartilha de momentos bons. Boa música, violão e céu estrelado, praia com gente bonita entre outras coisas que fazem valer a viagem”, relembra.
Mas contratempos já ocorreram: como chegar ao camping e encontrar tudo “absolutamente lotado”. Ou, na praia, a chuva alagar tudo e transformar num “deus-nos-acuda”. “Ou saber de gente que já foi assaltado ou maltratado pela polícia por preconceitos idiotas.” Mas os pontos positivos prevaleceram: “Momento bom foi ter que dividir barraca apertada com duas meninas que conheci na praia porque a delas rasgou”.
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