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  2011 REVISTA MUNDO ECOLÓGICO  -  Mundo Ecológico

 
Expedições Pedagógicas: passear e aprender
A Secretaria da Educação da prefeitura promove visitas de crianças a pontos da Cidade como os jardins da praia, o horto municipal e os manguezais da Zona Noroeste
Por Karina Carneiro
No colégio Barão do Rio Branco, no período da manhã, existem nove classes entre os primeiros e quintos anos do ensino fundamental. Assim, os projetos envolvendo o meio ambiente são outros. Como a escola sofreu reformas nesse primeiro semestre de 2011, a diretoria optou por outro projeto disponível para reforçar o assunto com seus estudantes. Este é chamado de Expedições Pedagógicas.

Expedições Pedagógicas é um projeto desenvolvido com a Seduc, que disponibiliza visitas das crianças a diferentes pontos da cidade: os jardins da praia, o horto municipal da cidade e os manguezais da Zona Noroeste. Deste jeito, o meio ambiente consegue ser explorado por todos de forma prática e dinâmica. E este também é o primeiro ano que a escola Barão do Rio Branco implanta esta atividade em sua grade.

O projeto funciona com o auxílio de três professoras da Seduc, que visitam em primeiro momento a escola interessada. Assim, as professoras da escola podem escolher o tipo de passeio que pretendem mostrar a sua turma de alunos: o horto de Santos, os jardins da praia do canal 1 ou o mangue. Depois deste processo, as professoras da Secretaria de Educação da cidade voltam a visitar as professoras nas reuniões de professores, de quinze em quinze dias, para explicar como será a visitação e quais os temas serão abordados. A partir deste momento é que as crianças terão contato direto com o meio ambiente de maneira mais prática, com explicações do tipo “Por que esta árvore se encontra exatamente aqui? Por que esta árvore está plantada neste local?”, além de mostrar detalhes que quase nunca são percebidos pelas pessoas.

A diretora Virgínia Alonso explica que este é um projeto que está dando bastante certo e ao qual as crianças estão se apegando e aprendendo cada vez mais.

- Eles estão aprendendo coisas diferentes e descobrindo o porquê de coisas que eles sempre viram estarem ali. Estão começando a ver um novo significado, um novo sentido daquilo e o porquê. E isso é fundamental para a formação deles. Pois é através de uma nova visão do meio ambiente, que eles conseguirão reproduzir a mensagem que aprenderam na escola para seus familiares. E assim a informação vai se espalhando cada vez mais.

Virgínia também comenta que a princípio as Expedições Pedagógicas foram implantadas apenas para o período da manhã, como experiência. Devido ao grande índice de aceitação dos alunos, a escola já entrou em contato com a Seduc, para que no segundo semestre deste ano o projeto seja realizado novamente, só que desta vez para o período da tarde.

Por causa do que aprendem em sala de aula, as crianças acabam influenciando seus pais a mudarem suas rotinas e aderirem o modo certo de cuidar do meio ambiente como levar o óleo já utilizado para um ponto de coleta, diminuir a quantidade excessiva de água que suas famílias gastam, mas principalmente, aprendem a conscientizar seus pais a separar o lixo reciclável do não reciclável.

Andressa de Andrade Cova conta que essa foi uma mudança em sua vida que acabou se tornando uma rotina. Graças a sua filha Laíme, de três anos, separar o lixo e diminuir a quantidade de água que a família gasta deixou de ser uma coisa simples e passou a fazer parte da rotina de sua família. E quando os assuntos da casa são ligados ao meio ambiente, é Laíme quem toma a iniciativa.

- Minha filha sempre me cobra. Às vezes estou no telefone e ela fala que a torneira da cozinha está pingando e está gastando a água do planeta. Eu paro de falar no telefone para fechar. Ela também incentivou a mim e ao avô dela a separar o lixo. Todos os dias separamos o que é reciclável ou não, para que quando o caminhão do lixo limpo passe, leve o que já temos. Eu acho que nesse ponto, minha filha mudou a minha forma de pensar e eu consigo colaborar muito mais com o meio ambiente E isso é fantástico não é? Nesse ponto, quem tem a voz de comando a assuntos ligados à preservação do meio ambiente é a Laíme, com certeza.

Para a Vania Borges, representante da Seção de Projetos Educacionais Especiais, Seproje, é fundamental que o tema meio ambiente continue sendo trabalhado paralelamente à grade de aulas das escolas, pois deste modo não se torna um assunto cansativo.

- É importante perceber que o interesse que as escolas estão despertando em seus alunos de todas as idades, é devido à falta de obrigatoriedade do assunto. Porque se o tema meio ambiente se tornasse uma disciplina obrigatória como matemática e português, cairia em muitos termos técnicos. E isso não seria bom, pois esses jovens perderiam o contato direto com a prática e principalmente o interesse em buscar mais informações sobre o que está sendo apresentado naquele momento, como é o que acontece hoje em dia. Seria muito complicado.

Na escola, além de começar uma das primeiras lições das crianças, começa a conscientização do meio ambiente. E é através de todos esses cuidados e preocupações que os futuros cidadãos terão uma nova concepção de vida bastante influenciada e presente em suas vidas. Saberão que o meio ambiente é um assunto muito mais sério do que sempre pareceu ser.