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2011 REVISTA MUNDO ECOLÓGICO - Mundo Ecológico
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Viver para reciclar: o desafio do futuro
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Casas sustentáveis são a alternativa para reduzir os custos e os desperdícios de recursos naturais como a água. |
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Por Igor Augusto |
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“É numa cultura da valorização dos recursos do meio por seus habitantes que reside a chave estratégica de um desenvolvimento sustentável, não em algumas próteses técnicas complementares”. A frase é do urbanista italiano Alberto Magnaghi, e foi dita em 2003. Basicamente, o que Magnaghi defende é o aproveitamento correto dos bens naturais para se ter um desenvolvimento sustentável, sem degradação do ambiente.
Mas como ter uma casa sustentável? Um dos fatores que pode ser economizado é a água. O consultor em recursos hídricos Rafael Urbaneja esclarece que existem dois tipos para o reaproveitamento deste recurso.
O primeiro é o residencial, de forma mais simples, que aproveita a água das
chuvas. O líquido é captado no telhado, e conduzido pelas calhas até um filtro, onde resíduos sólidos são descartados. Após, há um segundo filtro, onde é descartada a água das primeiras chuvas, que contem impurezas vindas da lavagem da atmosfera e das áreas de captação.
Depois dessa dupla filtração, a água é armazenada em uma cisterna e bombeada para um reservatório, onde é acrescido cloro, para desinfetar. Caso chova mais do que o esperado, o reservatório tem uma tecnologia que permite que o líquido excedente escorra. A água proveniente deste meio serve para a descarga em vasos sanitários, limpeza de calçadas, ruas, pátios e até de veículos. Não há nenhum contato com a mucosa humana, portanto, não há nenhum risco à saúde.
Quanto ao valor para construir um sistema desses em casa, Urbaneja explica: “O preço para instalar essa captação não é tanto assim. Já desenvolvi casas em Alphaville, em São Paulo. As residências variavam de R 500 mil até R 600 mil, e o projeto para reuso da água custou R 3 mil, algo muito pequeno perto do valor total”.
E esse investimento pode ser recuperado ao longo do tempo, pois a economia no gasto da água é de 60%, ou seja, as contas serão 60% mais baratas.
Urbaneja também trabalha com instalação do método em empresas e hotéis. Neste caso, não só a água da chuva que cai na cobertura é reaproveitada, mas como a que cai no piso também. Até o líquido de torneira pode ser reutilizado, como por exemplo, para vasos sanitários.
Mas se os benefícios e retornos são tantos, por que a Baixada Santista praticamente não tem empreendimentos do tipo? Urbaneja acredita que as construções da cidade são antigas, e, nesse caso, a instalação seria mais difícil. O consultor também pensa que há pouca orientação e divulgação para as pessoas.
“Por exemplo, a moda hoje é tentar dessalinizar a água do mar. O projeto é muito mais caro que a captação da chuva, que é algo que já está aqui, caindo em nós”. A frase de Urbaneja lembra e muito o sentido do pensamento do urbanista italiano Magnaghi. É na valorização dos recursos do meio por seus habitantes que reside a chave estratégica de um desenvolvimento sustentável, é saber aproveitar o recurso que está disponível.
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