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Atualização, lucro, interação… salve as redes sociais
Seu perfil está na mira das empresas, suas fotos estão rodando o mundo e suas opiniões estão sendo ouvidas
Por Mariana Serra
Que tal participar de uma promoção relâmpago de um par de ingressos de cinema sem sair de casa? E que tal fazer parte de uma matéria para o jornal que lê? Há alguns anos a resposta mais comum para essas perguntas seria um ‘impossível’, mas hoje essa é a realidade que encontramos nas redes sociais.

Orkut, Facebook, Twitter, para alguns isso pode ser apenas uma brincadeira, um passatempo, ou até uma mera distração, mas acredite se quiser, tem gente que leva essas mídias sociais a sério, e mais, tem gente que as usa como uma forma de trabalho.

Os números surpreendem: o Twitter, microblog de 140 caracteres, possui 175 milhões de usuários registrados e por dia 95 milhões de mensagens são escritas. Enquanto o Facebook, que estourou no Brasil após o lançamento do filme que conta a história da criação do site, já possui 600 milhões de usuários ativos, como foi amplamente divulgado e comemorado pelo criador do site, Mark Zuckerberg.

Segundo uma pesquisa realizada pela universidade americana de Purdue, 90% das empresas brasileiras pesquisadas utilizam as redes sociais e estão lucrando com o uso dessa ferramenta.

Empresas e consumidores passaram a ter uma relação mais próxima por meio desse enorme mundo virtual, estreitando laços e aproximando pessoas que antes estavam em lados diferentes da moeda.

Esse foi o caso do portal TV Tribuna.com um site que até então era utilizado como apoio à emissora de televisão, disponibilizando vídeos dos programas exibidos, notícias de nível regional e nacional, além de conteúdo inédito, mas sem interagir com o público. Com essa interação, o número de acessos chega a ser de dois milhões.

Agora o internauta pode acompanhar atualizações em tempo real, como aconteceu recentemente no Torneio Masters de Badminton, no qual cada pessoa poderia enviar mensagens via e-mail, que logo eram lidas pelo narrador. Sim, isso já acontecia na televisão, mas o diferencial da transmissão do veículo eram as atualizações rápidas por meio do Twitter e a interação com o internauta. No fim da transmissão, dez pessoas ganharam kit exclusivo do portal.

Vendo a necessidade de se adaptar ao avanço da tecnologia, o jornal A Tribuna lançou, em 8 de agosto de 2008, o caderno Campus, que logo deixou de ser apenas mais um encarte em circulação pelo jornal. O veículo já surgiu pensando em levar para as bancas um pouco do mundo virtual disponível.

“O imediatismo das informações e a interação que as redes sociais proporcionam nos levaram a associá-las ao suplemento impresso, uma combinação que tem dado supercerto. O retorno - para o bem ou para o mal - é quase que instantâneo e esse feedback ajuda muito a gente, é um termômetro bem importante. Ajuda-nos a saber o que os leitores estão gostando mais ou não”, explica a editora Carla Zomignani, orgulhosa do ‘filho’ que cria com a ajuda de mais quatro profissionais.

O @Campusatribuna, perfil usado pelo caderno, já conta com mais de mil seguidores e é constantemente alimentado de notícias, curiosidades e opinião dos leitores, mas para quem participa ativamente desse canal entre leitor e veículo o resultado dessa interatividade pode ser conferido todo domingo.

“O que é bem legal é que os internautas acabam participando da edição, dando opiniões sobre algum assunto em pauta no caderno, no Diz Aí, no conselho Expert e nas Twitadas da semana. Temos um bom retorno do tipo de leitor que lê o Campus”.

Mas será que essas mídias sociais vieram mesmo para ficar? Ou são apenas uma moda, algo passageiro que está aqui, fará sucesso, mas sumirá com o tempo? Difícil dizer, mas Carla está convicta de que elas são o presente e futuro.

“Não é possível mais conceber um jornal dissociado da internet, um acaba complementando e aproximando um do outro. É uma interação necessária e saudável”, completa.

E mesmo que as mídias sociais tenham começado a ser utilizadas por empresas para atingir seu público por volta dos anos 2000, uma coisa é certa, essa ‘mania’ está apenas no início e se ela já causa tanto impacto hoje, que tipos de surpresas será que elas nos reservam para o futuro?



Podi tc axim?

Quando se pensa em escrever para internet, logo a linguagem coloquial vem à mente, sempre tentando se aproximar do modo como os jovens falam entre os amigos. Mas a partir do momento que essa ferramenta é utilizada para um cunho profissional, é necessário que o jornalista saiba diferenciar o coloquial do banal.

Em 2006 surgiu a empresa Ideia S/A, que hoje é responsável por gerenciar projetos exclusivos para a internet. Entre tantos trabalhos, essas ferramentas se tornaram essenciais para Vitor Guerra, Sócio-Diretor de Desenvolvimento da empresa, que sempre soube diferenciar como utilizam cada rede.

“É preciso entender o comportamento dos usuários de cada rede e adequar sua linguagem caso a caso. Muitos estudos apontam diferentes modos de utilização das principais mídias sociais. O Twitter tem foco em informação, Facebook em entretenimento e Orkut em fotos e debates.”

“Hoje tudo tem que ser muito rápido e sucinto. O internauta quer passar o olho, ver, entender e consumir tudo de uma vez só, por isso a linguagem do Twitter tem que ser mais clara e objetiva possível, se a informação é grande você pode linkar à alguma página da web ou então para o próprio Facebook. Já o Facebook pode conter um texto mais elaborado e explicativo”, complementa Rubens de Faria, administrador de conteúdo da MKT Virtual.



Gestor de mídias

Mas você deve estar pensando, “Okay isso é tudo muito lindo, bonito, mas... e quem é que cuida disso de promover a empresa e fica ‘twittando’ todo dia?” Para poder atender a essa necessidade desse novo segmento surgiu uma nova profissão: o “Gestor de Mídias Sociais”.

Aos 22 anos, Rubens de Farias é administrador e gestor de conteúdo da MKT Virtual, de Santos, desde novembro de 2009. Começou na empresa como estagiário e ficou oito meses até ser efetivado. Dentro desse cargo, há a especialidade em gestão de mídias sociais, cargo que exerce com muito zelo e dedicação durante oito horas por dia.

“Meu trabalho baseia-se primeiramente em fazer um mapeamento de quais redes sociais os clientes terão maior visibilidade. Depois, buscar tendências de linguagem e abordagem que são mais adequadas de acordo com o produto/serviço do cliente que quer expor a sua marca às redes sociais. Após este trabalho, faço posts nestas redes, esclarecendo dúvidas, dando informações úteis, fazendo promoções ou simplesmente um rápido bate papo, sempre linkando com o produto/serviço”.

Mas não basta apenas interagir com o público. É necessário que o gestor saiba trabalhar em conjunto com o cliente para que a divulgação da empresa seja bem desenvolvida e consiga atingir o objetivo maior, que é conquistar novos clientes, sempre mantendo os antigos.

“O gestor deve sempre estar bem informado sobre a empresa. Por exemplo, hoje estou atendendo as contas de Facebook e Twitter da Belliótica. Os responsáveis pela empresa me mandam tabela de produtos que chegaram, controle de estoque e novidades que a loja possui. Estas informações são valiosas e de extrema importância. Em contra partida o gestor deve visitar a loja, conhecer os produtos e a história da marca. Isto é fundamental para dar a segurança necessária na hora de administrar as contas”, esclarece Rubens.