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Eles acreditam... Eles investem nos atletas!
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Dedicação é a base do esporte, mas é necessário patrocínio. Cientes disso, empresas e instituições de ensino dedicam seu tempo e dinheiro para atletas amadores |
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Por Jeferson Marques |
Fotos: Divulgação
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Dificuldades, barreiras e diversos problemas. É assim que os atletas amadores encaram as suas modalidades. A falta de incentivo da mídia, de patrocínio, o apoio que não vem de lado nenhum, tudo isso, com uma boa dose de má vontade por parte das instituições, desmotivam aqueles que almejam levar o nome do país estampado no peito. Depois dessas dificuldades, parece que a tão sonhada ‘luz no fim do túnel’ acendeu.
A Lei de Incentivo ao Esporte já é discutida há mais de 40 anos e está há apenas 23 na pauta do Congresso Nacional. No dia 04 de maio de 2006, a lei foi oficialmente lançada durante a II Conferência Nacional do Esporte, em Brasília, aprovada sete meses depois pela Câmara dos Deputados e encaminhada ao Senado Federal no dia 28 de novembro do mesmo ano. Depois de mudanças pelo Senado, a lei voltou à Câmara dos Deputados e, finalmente, entrou em vigor no dia 03 de agosto de 2008. É, antes tarde do que nunca!
Essa lei funciona com doações e patrocínios para diversos tipos de projetos desportivos, que poderão ser dados e abatidos no imposto de renda. A lei prevê que as empresas podem abater até 1% do imposto devido de pessoas jurídicas, que é calculado com base em seu lucro real, e pessoas físicas podem abater 6%, desde que comprovado oficialmente uma renda mensal aproximada de R10 mil. Porém, ela vale apenas a esportistas amadores. Atletas que recebam qualquer tipo de salário não são beneficiados pela lei.
Mesmo antes da lei, já existia exemplos de empresas que investem no esporte amador.
Petrobrás - A Petrobrás investe do handebol e no surfe, e se orgulha muito disso. "Para a Petrobras, patrocinar o esporte é uma maneira de contribuir para o crescimento do esporte nacional, além de associar à imagem da companhia valores e atributos que estejam de acordo com os seus objetivos. Investir no esporte também é uma das melhores ferramentas para combater a desigualdade social e contribuir para o surgimento de uma nova geração moldada a partir de princípios sólidos de cidadania, ética e igualdade social", diz a empresa.
"Temos um histórico de apoio ao esporte e desenvolvemos mecanismos que agilizam esse trabalho. Um deles é o programa Petrobras Esporte & Cidadania, lançado este ano, que permite que projetos esportivos de todo o país sejam patrocinados, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte", completa.
A empresa enfatiza, também, que existe, sim, um retorno satisfatório ao patrocinar o esporte amador: "O retorno depende dos objetivos dos patrocínios e dos atributos específicos das modalidades. É claro que existe o retorno institucional, por placas publicitárias, nos uniformes, campanhas e mídia", esclarece.
O projeto "Petrobrás Esporte & Cidadania" estenderá ao esporte a Seleção Pública de projetos realizados nas áreas de cultura, responsabilidade social e ambiental. O programa vai destinar R25 milhões a projetos de todo o país, devidamente aprovados pelo Ministério do Esporte, em programas nas áreas de educação, participação voluntária e rendimento, servindo de ferramenta para a integração dos diferentes agentes do esporte nacional, confederações, federações, atletas, escolas, professores, praticantes de atividades físicas e interessados.
COSIPA - Outra grande empresa voltada ao Incentivo ao Esporte é a Cosipa Siderúrgica da Usiminas. A empresa foi uma das primeiras a utilizar os benefícios da Lei Federal e destinou R 2,2 milhões a projetos esportivos de âmbito local, regional e nacional, para ao longo deste ano. Já foi inaugurado no dia 1º de agosto desse ano, em Cubatão, o Núcleo de Formação do Instituto Janeth Arcain, homenagem à ex-atleta da seleção brasileira de basquete feminino e que já coordena outro núcleo em Santo André, que beneficiará cerca de 100 crianças e jovens de 7 a 12 anos, matriculados e freqüentando regularmente escolas de ensino básico ou fundamental. O objetivo do projeto é, por meio da prática do basquete, elevar a auto-estima, disciplina e sociabilização.
A Cosipa também entra forte no Judô, com o projeto do campeão olímpico Rogério Sampaio, o "Judô em Ação". Visando competições estaduais, nacionais e internacionais, o objetivo será o treinamento de 30 atletas de 15 a 30 anos, de Santos, Guarujá e São Vicente, selecionados entre os melhores da Copa São Paulo e também por performances internacionais. O Judô em Ação é o primeiro projeto aprovado da Baixada Santista para captação de recursos da Lei de Incentivo ao Esporte.
Na opinião da ex-atleta Janeth, acompanhar o rendimento escolar dos atletas é indispensável. "Acompanhamos o boletim escolar dos alunos e já temos grupos de estudo que ajudam os que estão com dificuldades na escola", declara.
A Cosipa informa que muito mais interessante que patrocinar o esporte amador é a integração individual e coletiva: "A lei de incentivo ao esporte é voltada ao apoio à inclusão social, à formação e à participação das pessoas. A Cosipa e a Usiminas foram as primeiras a receber apoio, no final de 2007, mas outros projetos voltados à região virão ao longo deste e dos próximos anos", completou o Assessor de Relações Institucionais da Cosipa, Luiz Carlos Bezerra.
Memorial Necrópole Ecumênica - A trajetória de sucesso no ramo iniciou-se há mais de 20 anos, quando o empresário Pepe Altstut, responsável pela criação e manutenção do Memorial, iniciou seu projeto apoiando o boxe.
A partir de 1991 a Memorial passou a apostar em outras modalidades e hoje apóia mais de 170 atletas: "Entre os destaques, além do ultramaratonista Valmir Nunes, inúmeros atletas de pedestrianismo e equipes campeãs de boxe e de ciclismo.
A equipe de ciclismo é uma das mais tradicionais do País e atual líder do ranking nacional", conta Altstut, com grande orgulho. Entre os destaques do pedestrianismo está Andréa Celeste Benites, vice-campeã da Meia-Maratona A Tribuna-Praia Grande deste ano e atual campeã do Circuito Santista de Pedestrianismo.
Por meio de uma bem sucedida parceria com o Pelé, o Grupo Altstut montou em Santos uma equipe de futebol profissional, o Litoral Futebol Clube, e implantou a Escola de Futebol do Rei, onde é desenvolvido projeto de inclusão social. "Consciente da importância do esporte na formação do cidadão e sabendo das inúmeras dificuldades dos atletas em obter um patrocínio, decidi criar o Projeto Esportivo da Memorial. Além de estar completamente satisfeito com os resultados, também sou esportista e pratico boxe e ciclismo", finalizou o empresário.
UNISANTA - A Universidade Santa Cecília mantém equipes de natação da categoria petiz a sênior principal, em um total de 300 alunos-atletas federados. Ana Marcela Cunha e Kaio Márcio de Almeida estiveram nos Jogos Olímpicos, figurando nos Top 5 e Top 7 da natação mundial, em suas respectivas provas 10 km e 200 borboleta.
Segundo o Assessor de Esportes da Unisanta, Dejair dos Santos, o grande problema da falta de apoio ao esporte começa no interesse e comprometimento de empresários. "Como ocorre nos EUA, onde o esporte está na escala nos mais diferentes níveis, deveria ocorrer no Brasil, mas infelizmente são poucas as instituições de ensino superior que verdadeiramente investem na formação de atletas de alto rendimento", explica Dejair.
Ele menciona o apoio das empresas que, segundo ele, visam retorno rápido e esquecem o lado mais importante, o da seqüência. "As empresas, na maioria dos casos, buscam retornos imediatos e não a afirmação de gerações de atletas. Por isso temos o quadro é variável neste meio. Quem se lembra da Pirelli, da Sadia, que investiam nas décadas de 80 e 90? Provavelmente em dez anos ninguém se lembrará de empresas que hoje investem no esporte".
UNIMONTE - A universidade Monte Serrat tem como foco principal as modalidades conhecidas como outdoor, ou seja, disputadas a céu aberto. As modalidades são triátlon, biathlon, pedestrianismo, natação de mar, futevôlei, ciclismo, vela e surf.
José Renato Borges, conhecido como ‘Mosquito’, Coordenador de Esportes, explica como o atleta pode conseguir o apoio da Unimonte: “Para ter direito à Bolsa Atleta, o esportista deve estar envolvido em competições das modalidades que apoiamos. Dependendo do seu nível técnico em âmbito municipal, estadual, nacional e/ou internacional, definimos a porcentagem da bolsa de estudos que varia entre 25% e 100%”, explicou.
A importância do apoio de uma instituição de ensino vai além da sala de aula. "A faculdade não é feita somente de professores. O esporte está incluso no processo e é um dos fenômenos sócio-culturais mais importantes do século", diz Borges.
A Unimonte já apóia e investe no esporte há mais de 15 anos e teve nomes destacados ao longo deste tempo, como o judoca Leandro Guilheiro, duas vezes medalhista de bronze em Olimpíadas, a nadadora Poliana Okimoto, os triatletas Carla Moreno e Paulo Miyasiro, e muitos outros. Atualmente, entre os principais destaques estão Pauê, único surfista e triatleta bi-amputado, e Eduardo Magrão, atual campeão mundial de futevôlei.
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