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História da Bolsa
A Bolsa do Café e sua história
Por Denise Plácido
Fotos: Denise Plácido
Luxo e bom gosto recebem o visitante no imenso salão do pregão. No primeiro espaço do Museu do Café onde era feita toda a negociação do café, já dá para se ter uma noção do que foi o auge do ciclo do produto no Brasil. O prédio do Palácio da Bolsa Oficial do Café é, atualmente, o Museu do Café Brasileiro, e está localizado na Rua XV de Novembro, 95, no centro da cidade de Santos, São Paulo.

A construção é considerada uma das mais belas de Santos. Foi inspirada em um projeto francês, que se inspirou no renascimento italiano, vencedor do Salão de Arquitetura de Paris, na primeira década do século XX.

As obras começaram em 1920 e a inauguração ocorreu em 7 de setembro de 1922, como parte das comemorações do Centenário da Independência, com intenção de ser o Centro Comercial de Café. Santos tinha esta função de pólo de exportação e negociação por causa do porto, que recebia a mercadoria vinda de todo o interior.

A construção monumental é em estilo neoclássico, com três fachadas independentes: uma na Rua Frei Gaspar, torre voltada para a Praça Azevedo Júnior e o pórtico da entrada principal na Rua XV de Novembro.

Com mais de duzentas portas e janelas, em cerca de seis mil metros de área construída, foi criado para abrigar a principal Bolsa de Café e Mercadorias do mundo, pois na época Santos era a maior praça cafeeira do planeta.

A obra é marcada pela diversidade de origem do material de construção, com cimento e ferros da Inglaterra, telhas e pisos da França, mármores da Itália, Espanha e Grécia e ladrilhos da Alemanha. O interior do prédio também é luxuoso e requintado: cristais belgas, bronzes franceses, mármores italianos.

A grandiosa sala dos pregões tem no teto o vitral "A visão de Anhangüera",que conta a história do Brasil em três períodos: colônia, império e república , desenhado pelo pintor Benedito Calixto. Três imensos painéis do mesmo pintor enfeitam a parede do fundo: o maior, central, tem 153 figuras, representando a Elevação de Santos à Vila. Os painéis laterais, menores, mostram a concepção do artista sobre a paisagem de Santos em 1822 e 1922.

Na sala dos pregões ficavam os corretores negociando o preço conforme a qualidade do café. Quando o produto chegava à Santos ficava estocado nos armazéns de onde eram retiradas amostras de cada lote para classificar primeiro a qualidade do grão, depois a qualidade do sabor.

Depois de classificado, os corretores negociavam nas firmas estrangeiras este café com outros corretores representantes que iriam comprar e levar para o exterior. Só o café que seria exportado era negociado no prédio do pregão.

A Bolsa Oficial de Café e Mercadorias sentiu bastante os efeitos da crise econômica mundial iniciada com a quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929, que levou à queda gradual nas atividades da bolsa santista.

As atividades cafeeiras continuaram na cidade de São Paulo, no IBC - Instituto Brasileiro de Café. Em 1957, foi fechada por tempo indeterminado e algum tempo depois reaberta, porém a decadência no comércio continuou se acentuando.

Com o encerramento dos pregões em fins da década de 1970, o prédio foi ocupado parcialmente por repartições estaduais, pois seu estado de abandono impedia a ocupação plena.

Até 1986, quando foi desativado, funcionou para a divulgação da cotação do café no mercado internacional.

Reinaugurada em 25 de setembro de 1998, após um trabalho que demorou 14 meses, a Bolsa,atualmente funciona como o primeiro Museu do Café Brasileiro, mantido pela Associação Amigos do Museu do Café. No acervo estão obras de Benedito Calixto painéis e vitrais, além do espaço para exposições temporárias. Dentro do projeto museológico estão: a livraria, biblioteca e arquivo, o acervo e o centro de preparação do café.

Exposicões permanentes

O Museu têm três salas de exposições permanentes do trabalho nas lavouras, com fotos de escravos — que passaram apenas em curto período do ciclo do café, pois, já estavam libertos —, imigrantes italianos, primeiros a chegar no Brasil,e dos imigrantes japoneses.

Há também o material que era usado para colheita , processamento e beneficiamento do café.

No andar superior encontram-se os mapas das regiões produtoras e das ferrovias que escoavam a produção para Santos e fotos dos palacetes da cidade e das famílias abastadas com a venda do café.

É neste mesmo andar que permanecerá até julho a exposição itinerante “O Café e a Imigração Japonesa no Brasil”, que aborda a história destes imigrantes e a atual comercialização do café naquele país.

Museu do Café

O Museu do Café funciona na Rua XV de Novembro, 95 Centro de Santos – São Paulo

Telefone: 13 3219-5585

Horário de Funcionamento:

De terça-feira a sábado – das 9 às 17 horas

Domingo – das 10 às 17 horas

Maiores informações no site:www.museudocafe.com.br

E-mail:museudocafe@museudocafe.com.br