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Cultura - Movimento e Cultura
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Gesto, forma, cor: 50 anos de paixão
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Mãe de três filhos e avó de sete netos, a artista paulistana Lúcia Kahn já teve obras expostas na Europa |
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Por Cinthia Machado |
Fotos: Cinthia Machado
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Com a luz da manhã, ela senta na cadeira da mesa. No seu ateliê improvisado, e em meio aos pincéis, tintas, cores, imagens, idéias e água, esquece de tudo e ali fica até a chegada da luz da tarde. Essa rotina é diária.
Mãe de três filhos e avó de sete netos, a paulistana Lúcia Kahn, de 85 anos, atualmente pinta por prazer, mas nos anos 70 fez parte de um grupo de pintura primitiva, e expôs as suas obras na Alemanha, Espanha e Portugal.
A arte entrou na sua vida quando ela levava as suas filhas para aula de pintura, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, cidade onde viveu por vários anos. A convite de um professor ela também começou a freqüentar as aulas do Museu e ficou durante 20 anos, participando das aulas de pintura livres.
Decidiu aprender a pintar para ter o que fazer quando ficasse velha. “Eu não queria fazer tricô, nem ficar em frente da televisão, eu queria fazer algo, então como eu gosto de pintar, optei por isso”, diz Lúcia. Um dia a vontade de fazer o que gosta desapareceu. Só usou os pincéis novamente, quando a empregada pediu para ela pintar uma árvore. A artista retornou ao mundo das cores e nunca mais parou.
“Abandonei a pintura, porque eu pensava em pintar quando envelhecesse. Se eu não pintasse, eu não iria envelhecer. Não queria ficar velha”, conta rindo, Lúcia Kahn.
A técnica utilizada por ela é a pintura naif uma palavra francesa que significa “ingênua”. “Pintura naif ou primitiva é autêntica. Os americanos e os alemães gostam muito desse estilo e dão muito valor”, diz a artista. Atualmente, Lúcia gosta de pintar imagens de santos e paisagens.
Sua carreira artística foi construída onde morou durante anos, na cidade maravilhosa. Em Santos, onde mora atualmente, não é conhecida. Só fez uma exposição na Cidade, na Aliança Francesa, junto com os artistas do Rio de Janeiro. Seu plano é expor individualmente em Santos, no final de 2008.
Está empolgada com sua arte. Uma neta que mora em Paris veio ao Brasil e pediu para ela pintar um quadro “Avô e Avó”, para levar na volta. A artista ficou feliz, pois é muito bom saber que alguém gosta do seu trabalho. “Então porque não continuar fazendo? ”.
Suas obras estão expostas no Museu de Arte Primitiva do Rio de Janeiro, salões e livro. “Todo pintor molha seu pincel na alma e assim revela seu sentimento, é uma expressão da vida do artista, que passa através das cores e figuras”, diz a pintora.
Além de pintar, Lúcia escreve poesias. Seu trabalho será transformado num livro pelos filhos. Serão cerca de 50 exemplares, para serem distribuídos a amigos e familiares. “Minha mensagem é sempre de otimismo e de beleza, eu não pinto nada triste. Minha pintura é sempre positiva, meu trabalho é esse, não guardo rancor de ninguém”, diz Lúcia Kahn.
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