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Com a ajuda da nanotecnologia, novos tratamentos contra o câncer e outras doenças já estão sendo estudados e o melhor: sem efeitos colaterais |
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Por Gabriela Lousada |
Fotos: Gabriela Lousada
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Queda de cabelo, baixa auto-estima e sistema imunológico debilitado. Esses são alguns dos problemas que um paciente com câncer sofre durante os tratamentos com quimioterapia.
Imagine um minirrobô dentro do paciente lutando contra as células cancerosas. Coisa de filme? Que nada! A ficção está a um passo de se tornar realidade.
A novidade que promete reverter essa situação utiliza a tecnologia nano, que tem como objetivo aperfeiçoar a técnica existente nas mais diversas áreas, tirando proveito do comportamento dos materiais em escalas sub-microscópicas.
Segundo Thiago Ribeiro Fonseca Peixoto, bacharel e mestre em Física pela UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte e doutorando pela USP na área de magnetismo e materiais magnéticos, a doença debilita o sistema imunológico do paciente que toma drogas para diminuir os efeitos colaterais. Isso acontece porque o tratamento ataca tanto as células cancerosas quanto as sadias. A droga utilizada circula por todo o corpo.
A nova droga seria revestida em uma cápsula de cadeias carbônicas, e, diferente dos remédios comuns, não faria efeito logo após ser ingerida. "Com a utilização da terapia nanomagnética somente as células cancerosas seriam atacadas. Os danos colaterais seriam mínimos ou o mal causado seria desprezível diante dos benefícios", garante Peixoto. Seria possível mapear o caminho que a droga faz no organismo através de um exame que detecta o sinal magnético dessas partículas, por fora do corpo humano. Quando chegasse no local desejado, o médico ativaria um campo magnético alternado, que faz a partícula vibrar. "Essa vibração destrói o encapsulamento e a droga é liberada, fazendo efeito no local onde o câncer está concentrado". Peixoto garante que o processo tem o mesmo princípio do forno microondas, que faz vibrar as moléculas de água, esquentando a comida. "No caso, o campo magnético alternado movimenta as partículas presas a droga que são liberadas ao vibrarem", diz.
O método que ainda está em fase de testes e, caso venha a se firmar como uma terapia segura, se popularizará, avalia Peixoto. "A terapia nanomagnética se tornará popular não só pela eficácia como também pelo custo de fabricação dos produtos que com o tempo deve baratear”.
Além de auxiliar no tratamento contra o câncer a nanotecnologia pode oferecer novas vacinas e novos sistemas de tratamento para outras doenças, bem como estar presente em equipamentos que facilitarão diagnósticos.
"Os japoneses, por exemplo, desenvolveram uma cápsula com dimensões de um comprimido, controlada remotamente, que dispõe de uma micro-câmera que emite imagens, em tempo real, para a tela de um do computador. Esse equipamento contém estruturas nanotecnológicas provavelmente em seus sensores, em seus componentes eletrônicos ou em seus materiais que permitem um diagnóstico do aparelho digestivo de forma simples, bastando que o paciente ingira a cápsula", conclui Alfredo de Souza Mendes coordenador geral de Micro e Nanotecnologias do Ministério da Ciência e Tecnologia MCT.
Matéria produzida em 2007
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