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Nossa brasileira na Nasa
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A astrônoma brasileira associada da Nasa, Duília de Mello, fala sobre o dia a dia e as dificuldades da profissão |
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Por Alexandre Lopes |
Fotos: Arquivo Pessoal - Duília de Mello
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Quando criança, o sonho profissional da maioria dos meninos é semelhante. Alguns querem ser bombeiros, enquanto outros, astronautas capazes de desvendar os mistérios do nosso universo e conhecer mais de perto as estrelas que habitam nossos sonhos de infância. Já as meninas, com algumas exceções, sonham em atingir a fama sendo modelos, ou quem sabe, bailarinas mundialmente conhecidas
Às vezes os desejos são invertidos, e meninos querem ser bailarinos enquanto meninas querem ser astronautas. A astrônoma associada da Agência Espacial Americana NASA, Duília de Mello, é um exemplo. Desde criança, Duília admirava as estrelas e já sabia o que queria fazer para ganhar a vida. Não chegou a ser astrounata, mas é pesquisadora de estrelas das mais conceituadas.
Apesar de saber que o caminho a enfrentar para se tornar astrônoma seria árduo, Duília não desistiu. Hoje ela é uma das principais pesquisadoras brasileiras em atividade. Em 1997, a cientista descobriu uma estrela que acabou sendo batizada de 1997D, por ter sido a quarta estrela do tipo supernova descoberta naquele ano.
O dia a dia de Duília é agitado. Ela costuma escrever artigos, participar de reuniões, palestras e analisar imagens praticamente todos os dias. A análise da luminosidade de uma galáxia distante, jamais observada, pode durar horas, por exemplo. Após isso, ela tem que escrever relatórios sobre os avanços de seus projetos.
Duília viaja o mundo inteiro para ministrar palestras e fazer observações, além de ser uma das principais "blogueiras" do site da revista. Superinteressante. Além disso, a especialista em estudos de galáxias possui um fã-clube na internet: http://clubemulherdasestrelas.net/.
A astrônoma é bastante conhecida nos fóruns de discussão sobre o assunto por ser praticamente um manual ambulante sobre a profissão. Ela faz questão de responder a todas as dúvidas de internautas e ensinar os caminhos para quem deseja cursar Astronomia.
Confira uma entrevista exclusiva com a astrônoma Duília de Melo sobre o mercado de trabalho na profissão:
Qual foi sua preparação para se tornar uma astrônoma de ponta?
Eu me graduei em astronomia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ, fiz mestrado no Instituto de Pesquisas Espaciais INPE, mestrado na Universidade do Alabama, doutorado na USP, pós-doutorado no Cerro Tololo Interamerican Observatório e no Observatório Nacional, além de outro pós-doutorado no Instituto de pesquisa do Hubble.
É difícil ser astrônomo no Brasil?
A astronomia no Brasil está bem desenvolvida e é muito produtiva. Claro que mais investimentos ajudariam. Dentro do possível a comunidade brasileira vai muito bem. Um maior acesso a telescópios com certeza ajudaria a comunidade a crescer, mas somos parceiros em dois telescópios muito bons, o SOAR e o Gemini e isto já está ajudando.
Como é o mercado de trabalho no País?
Pequeno, mas sempre tem espaço para o bom profissional. O salário em qualquer país é o equivalente ao salário de professor universitário 4 a 6 mil reais por mês.
Qual dica você dá para quem quer começar na profissão?
Não desanime, o caminho é árduo, mas cheio de aventuras e bons momentos. Não se iniba e tente estabelecer o maior número de contatos possíveis. Vá a congressos no exterior, converse com astrônomos, tente colaborar com pesquisadores.
Quais são os melhores cursos para quem quer ser astrônomo?
As universidades federais e estaduais oferecem bons cursos de Física. Nem todos precisam fazer Astronomia desde o início. O único curso é na Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ, mas cursar Física é até mais comum. O astrônomo/físico precisa fazer pós-graduação de qualquer forma.
Quais são os ramos que um astrônomo pode seguir?
Observacional e teórico. Mas dentro destes ramos ainda podem ser especialistas em astronomia galáctica, estelar, interestelar, extragaláctica, planetária e cosmologia.
É verdade que existem preconceitos contra astrônomos que não pertencem a certos grupos de países? Na Agência Européia, por exemplo, eles não aceitam profissionais que não são dos países membros.
Isto não é um sinal de preconceito. A ESA contrata apenas astrônomos dos países que financiam a ESA. Isto é muito justo e claro.
Matéria produzida em 2007
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